sábado, 30 de maio de 2015

Dobras e Falhas

     Tensão é a força exercida por unidade de área. As tensões geradas podem ser de diferentes tipos, dependendo dos limites tectónicos onde ocorrem. Submetidas a estados de tensão, as rochas sofrem deformação, originando falhas e dobras.
     Todas as rochas, apresentam propriedades que dependem da própria composição química e que quando sujeitas a determinadas condições diferentes das da sua origem, reagem tendo um comportamento, originando uma deformação que se manifesta numa determinada estrutura.
     O estado de tensão aplicada as rochas mostra que as rochas apresentam três tipos de comportamento: elástico, plástico e frágil.
  • Comportamento elástico: A rocha deforma mas, quando a tensão cessa, ela volta à sua forma e volume iniciais. A rocha deforma-se elasticamente até um certo limite, quando este é ultrapassado a rocha pode permanecer com a deformação e já não volta ao estado normal, trata-se de um comportamento plástico, ou fraturar.
  • Comportamento plástico: A deformação é permanente, o material fica deformado mas não parte e verifica-se quando a força aplicada sobre a rocha é superior ao seu limite de elasticidade e inferior ao limite de plasticidade.
  • Comportamento frágil: O material fratura. Verifica-se quando a força aplicada sobre uma rocha é superior ao seu limite de plasticidade.
     A deformação das rochas respondendo aos tipos de comportamento permite classificá-las em: regime dútil, as rochas sujeitas a temperaturas e pressões elevadas tendem a dobrar-se sem fraturarem; regime frágil, as rochas sujeitas a temperaturas e pressões baixas tendem a fraturar-se originando as falhas.


     O comportamento que a rocha irá apresentar vai depender de fatores intrínsecos à própria rocha, a composição mineralógica e textura e de fatores extrínsecos como a temperatura, o tempo, a pressão de fluidos e do tipo de intensidade da tensão.

     Temperatura e pressão confinante são as temperaturas e pressões que são exercidas em todas as direções sobre uma rocha no interior da crosta. O aumento da pressão e da temperatura favorece a deformação plástica, à superfície as rochas apresentam um comportamento frágil e à medida que se vai para o interior da litosfera, porque a pressão e a temperatura aumentam, o comportamento das rochas é dúctil. Se formos mais para o interior ainda passam a ter um comportamento viscoso e no limite à fusão.

     As rochas estão sujeitas a vários tipos de forças que geram diferentes tipos de tensão: tensão de compressão (forças compressivas), tensão distensiva (forças distensivas ou de tração) e tensão de cisalhamento (forças tangenciais).


     Os elemento dobras, que caraterizam a geometria das dobras, são:
  • Flancos, ou vertentes da dobra, porções de menor curvatura;
  • Charneira, é a linha que une os pontos de máxima curvatura, que corresponde à zona de convergência das camadas de cada flanco;
  • Núcleo, formado pelas camadas mais internas da dobra;
  • Plano axial, plano que contém as charneiras dos diferentes estratos dobrados, dividindo a dobra em dois flancos sensivelmente iguais;
  • Eixo da dobra, corresponde ao ponto de interseção do plano axial com a charneira.

     As dobras podem ser classificas segundo o seu aspeto geométrico e segundo a idade das rochas que as constituem. Podem ser por isso:
  • Antiforma: Com a concavidade virada para baixo, e se as rochas mais antigas se encontrarem no núcleo designa-se por anticlinal.
  • Sinforma: Com a concavidade virada para cima, e se as rochas mais recentes se encontrarem no núcleo da dobra designa-se por sinclinal.
  • Neutras: Quando a concavidade é lateral e o plano axial e o eixo da dobra é vertical.

     As falhas formam-se em regime frágil, a pouca profundidade e num curto espaço de tempo, comparando com o regime dúctil e formação das dobras. Os elementos das falhas, que caraterizam a geometria das falhas são:
  • Plano de falha: Superfície de fratura da qual ocorreu o movimento dos blocos;
  • Rejeito: Linha de interseção do plano de falha com um plano horizontal;
  • Teto: Bloco que está por cima do plano de falha;
  • Muro: Bloco que está por baixo do plano de falha;
  • Atitude: Plano que pode ser referenciado através da direção e da sua inclinação ou pendor.



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